Um grupo criminoso que explora o contrabando de pessoas que tentam migrar ilegalmente para os Estados Unidos da América está na mira da Polícia Federal (PF), que deflagrou nesta quinta-feira (31/10), a Operação Everest, que visa combater o esquema criminoso de imigração.
Conforme foi divulgado pela Polícia Federal, os criminosos aliciavam migrantes da Ásia, principalmente de Bangladesh e Nepal, para entrarem ilegalmente nos EUA. Para a travessia eram usadas rotas clandestinas, em condições perigosas, muitas vezes desconhecidas das vítimas. Pelo serviço criminosos, os migrantes pagavam, em média, cerca de dez mil dólares americanos.
O esquema, segundo as investigações, corria por meio de redes transnacionais que operam desde o Aeroporto de Guarulhos/SP, que servia de ponto de chegada dos migrantes ao Brasil. De lá, as vítimas se deslocavam até as cidades de fronteira do Norte do Brasil, utilizadas como corredor de acesso para os países vizinhos como a Bolívia, a partir de Guajará-Mirim/RO, e o Peru, a partir de Assis Brasil/AC. Em seguida, os migrantes seguiam pela América Central, por via terrestre, até a fronteira mexicana com os EUA.
A Polícia Federal apurou que os envolvidos identificados gerenciam pagamentos, documentação fraudulenta e o transporte e travessia das fronteiras ao longo do trajeto. Agora, a investigação busca responsabilizar os encarregados tanto pelo apoio financeiro quanto pelo suporte logístico, e inclui agentes de viagens, taxistas, hoteleiros e “coiotes”.
Durante as investigações foram constatadas ainda fraudes nos pedidos de refúgio, para fins de entrada e permanência temporária no Brasil. Crescimento no número de pedidos de refúgio de nacionais sul-asiáticos, sem causas aparentes nos países de origem, indicou abuso na utilização do instituto humanitário.
INÍCIO DAS INVESTIGAÇÕES
A partir de prisões em flagrante de “coiotes” em 2023 na fronteira com a Bolívia foi iniciadas as investigações do suposto esquema criminoso de imigração. Já no ano de 2024, seis pessoas foram presas em flagrante e 22 migrantes do Nepal e da Índia foram resgatados em Guajará-Mirim/RO, na fronteira com a Bolívia. Ainda de acordo com a PF, os investigados supostamente cometeram o crime de contrabando de migrantes (promoção de migração ilegal) e de associação criminosa.
Na ação desta quinta-feira, 104 policiais federais cumpriram 35 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão preventiva em Porto Velho/RO, Guajará-Mirim/RO, São Paulo/SP, Jardinópolis/SP, Sumaré/SP, Montes Claros/MG, Boa Vista/RR, Assis Brasil/AC e Manaus/AM, todos expedidos pela 7ª Vara Federal de Porto Velho/RO.
Fonte: A Gazeta de Rondônia, com informações da PF
Fotos: Divulgação PF