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Qual a origem das festas juninas no Brasil?

Apresentação de um grupo de quadrilha na competição de dança do São João de Caruaru, em Pernambuco.

Bandeirinhas coloridas, fogueiras, comidas e ritmos típicos caracterizam as festas juninas, uma das celebrações mais tradicionais do Brasil. As comemorações atuais são marcadas por uma enorme mistura cultural, que agrega contribuições católicas europeias, negras e indígenas, assim como muitas expressões culturais brasileiras. Entretanto, a origem das festas pode ser traçada desde muito antes do Brasil sequer ser um país. 

Comemorados tradicionalmente durante o mês de junho, por isso o nome “festas juninas”, os festejos estão diretamente relacionados às festividades pagãs realizadas na Europa no solstício de verão, que ocorre em junho no Hemisfério Norte, segundo explicam professores de História do Centro Paula Souza (CPS), uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, no site oficial da instituição.

(Sobre Cultura, veja também: Machado de Assis: 5 curiosidades sobre o escritor e seu livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”)

A partir do momento em que o cristianismo começou a se consolidar na Europa, as comemorações foram incorporadas ao calendário festivo do catolicismo para homenagear santos populares, como Santo Antônio, São João e São Pedro. Hoje, os dias de homenagem a esses santos ocorrem em 13, 24 e 29 de junho, respectivamente. 

Quando as festas juninas começaram a ser celebradas no Brasil?

A ideia de festa junina chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses durante o período de colonização, no século 16, afirma o CPS. Na época, a honraria aos três santos juninos era marcada por procissões, missas, danças e comemorações populares.

Ao longo do tempo, porém, as festas juninas no Brasil foram também influenciadas pelas tradições indígenas e afro-brasileiras, incorporando elementos culturais locais, segundo informa um artigo publicado no blog da Universidade de São Paulo intitulado “Festas juninas: origem e celebração”. 

De acordo com o texto, a cultura indígena contribuiu com elementos como o uso de fogueiras e rituais relacionados à agricultura e à fertilidade, conversando com os elementos pagãos europeus que ainda eram encontrados nas manifestações populares. 

Já a influência africana trouxe as danças, músicas e instrumentos típicos, como o tambor e a zabumba, que se tornaram parte essencial das festas juninas brasileiras contemporâneas.

Como são as festa juninas nos dias de hoje

Atualmente, a celebração é marcada pelo uso de vestimentas características, que podem incluir camisa xadrez, chapéu de palha e vestido de chita (tecido de algodão com estampas coloridas e vivas). Entre os estilos de música mais comuns e que compõem a tradicional quadrilha estão o sertanejo e o forró, informa a CPS. 

O artigo da USP também traz exemplos da variedade de comidas típicas ligadas às festas juninas, muitas à base de milho e amendoim. Entre as mais populares e típicas estão milho cozido, pamonha, curau, pipoca, mungunzá, canjica, quentão (bebida feita com cachaça), vinho quente, arroz doce, paçoca, pé-de-moleque, bolo de milho, entre outras.

As festas juninas, no entanto, variam em diferentes regiões do país, com tradições e práticas específicas de cada localidade. As maiores festas juninas, também conhecidas como Festa de São João, acontecem nos estados da região Nordeste, de acordo com o artigo da USP. 

Fonte: National Geographic Brasil 

Foto: Sumaia  Vilela/Agência Brasil